Reações contratransferenciais de psicoterapeutas frente a uma paciente borderline em psicoterapia: um estudo qualitativo / Countertransferential reactions of psychotherapists towards a borderline patient in psychotherapy: a qualitative study

A contratransferência (CT) é um elemento do relacionamento terapêutico que possui valor clínico, especialmente com pacientes com personalidade borderline (PB). Este estudo, qualitativo e exploratório, visou identificar os sentimentos despertados em psicoterapeutas frente a um caso de paciente com PB, buscando compreendê-los em relação às características da paciente ou da sua narrativa, bem como explorar de que forma a CT seria idealmente manejada. Oito psicoterapeutas assistiram ao vídeo de uma sessão real com paciente com PB e, após, responderam a uma entrevista. As transcrições das entrevistas foram analisadas com o método Consensual Qualitative Research (CQR). Os dados organizaram-se em relação às facetas da CT, características da paciente que mobilizam afetos, e manejo da CT. Os resultados sugerem que pacientes com PB tendem a suscitar sentimentos intensos, vinculados a sua história e seu funcionamento em situação observacional, apontando para a viabilidade do método para o estudo empírico da CT. Resultados de estudos como esse podem ser utilizados como guia para jovens terapeutas compreenderem o mundo interno dos seus pacientes. A validação empírica de hipóteses clínicas fortalece a teorização e enriquece a prática psicanalítica.(AU)

Countertransference (CT) is an element of the therapeutic relationship that has clinical value, especially with borderline personality patients (BP). This qualitative and exploratory study aimed to identify the feelings aroused in psychotherapists in the case of a BP patient, seeking to understand them in relation to the patient's characteristics or her narrative, as well as exploring how the CT would be ideally managed. Eight psychotherapists watched the video of a real session with a BP patient and responded to an interview. The interview transcripts were analyzed using the Consensual Qualitative Research (CQR) method. The data were organized in relation to the facets of the CT, characteristics of the patient that mobilize affections, and management of the CT. The results suggest that patients with BP tend to elicit intense feelings, linked to their history and functioning, in an observational situation, pointing to the feasibility of the method for the empirical study of CT. Results from studies like this one can be used as a guide for young therapists to understand the inner world of their patients. Empirical validation of clinical hypotheses strengthens theorization and enriches psychoanalytic practice.(AU)

La contratransferencia (CT) es un elemento de la relación terapéutica que tiene valor clínico, especialmente en pacientes con personalidad límite (BP). Este estudio cualitativo y exploratorio tuvo como objetivo identificar los sentimientos que despiertan los psicoterapeutas en el caso de un paciente con BP, buscando comprenderlos en relación con las características de la paciente o su narrativa, así como explorar cómo se manejaría idealmente la CT. Ocho psicoterapeutas vieron el video de una sesión real y luego respondieron a una entrevista. Las transcripciones de las entrevistas se analizaron utilizando el método de Investigación Cualitativa Consensual (CQR). Los datos se organizaron en relación a las facetas del CT, características del paciente que movilizan afectos y manejo de la CT. Los resultados sugieren que los pacientes con BP tienden a provocar sentimientos intensos, ligados a su historia y funcionamiento, en una situación de observación, lo que apunta a la viabilidad del método para el estudio empírico de la CT. Los resultados de estudios como este pueden usarse como una guía para que los terapeutas jóvenes comprendan el mundo interior de sus pacientes. La validación empírica de hipótesis clínicas fortalece la teorización y enriquece la práctica psicoanalítica.(AU)

Da dificuldade de aprendizagem a psicoterapia

As dificuldades de aprendizagem constituem um dos motivos principais de busca de tratamento psicológico para crianças. Esta investigação é realizada numa perspectiva clínica, embasada no referencial teórico psicanalítico, tendo como objetivo saber como a criança manifesta sua experiência de sofrer de alguma dificuldade de aprendizagem, enfrentar avaliação psicológica e realizar psicoterapia e como os pais e a escola a percebem. Trata se de um estudo qualitativo com uma avaliação antes do início do processo terapêutico e outra após quatro meses, no mínimo, de psicoterapia, sendo utilizado o método de Estudo de Caso. Na primeira intervenção, anterior ao tratamento psicológico, foram avaliados dez meninos, de 7 a 9 anos, cujos pais buscaram um serviço de atendimento psicológico, com a queixa acima referida. Foi possível realizar a segunda etapa com três deles que se encontravam entre a 15ª e 17ª sessão de psicoterapia. Pais e professoras foram também sujeitos desta pesquisa. Os dados coletados, nos três casos, pré e pós intervenção terapêutica, foram, primeiramente, apresentados de forma detalhada através dos testes, hora de jogo e entrevista com a criança, bem como informações provenientes das entrevistas e aplicações de escalas com os pais e, por último, com a professora. Os achados permitem discutir que, do ponto de vista intrapsíquico, esses meninos ainda não conseguem investir energia necessária para os fins sociais como a aprendizagem, ainda envolvidos na tentativa de resgatar a maternagem vivida como insuficiente e insatisfatória. O saber fica vinculado com o crescer, o que implica necessariamente perdas do lugar infantil, da dependência. Do ponto de vista familiar, aparece a ambivalência entre a expectativa dos pais de que o filho se torne alguém através dos estudos e uma cultura do não estudar, do não conhecer, o que torna a criança confusa no processo de formação de sua personalidade, visto que lhe faltam modelos voltados para o crescimento. Do ponto de vista escolar, a rede pública ainda não possui atendimento individualizado para as necessidades de cada criança, tendendo a preocupar se mais com o conteúdo a ser ensinado. Sofrer de dificuldade de aprendizagem é fracassar perante as idealizações dos pais e da escola...(AU)

O adolescente e a internet

Este artigo apresenta uma reflexao a respeito dos relacionamentos dos adolescentes via Internet. Para tanto, tem como ponto de partida os seguintes questionamentos: A Internet pode ser considerada uma nova forma de se relacionar? Onde podemos situa-la dentro do desenvolvimento adolescente? Faz parte do desenvolvimento normal ou patologico? As autoras buscam refletir sobre tais questionamentos atraves de referencial teorico e entrevistas com adolescentes.

Autoconceito e adaptacao do adolescente

Identificam-se fatores do autoconceito do adolescente, que influenciam na sua adaptacao intra e extrafamiliar. A amostra se compos de 400 adolescentes de classe media-baixa, sendo 200 do sexo masculino e 200 do sexo feminino, de 11 a 14 anos, com escolaridade de quinta a oitava serie de escolas publicas proximas a areas de risco de uma refinaria de petroleo e de engarrafadoras de gas GLP de Canoas e Esteio/RS. Para a coleta de dados, foi utilizado o Questionario de Autoconceito de Tamayo. Variaveis familiares e socioadaptativas foram coletadas em outro questionario apropriado. Para a analise estatistica, utilizaram-se as tecnicas do Qui-Quadrado e da Analise das Correspondencias. Os resultados comprovaram que o nivel de organizacao do autoconceito do jovem e decisivo na sua adaptacao em 56 variaveis significativas.

As implicacoes psicossociais da infertilidade masculina e feminina

Este artigo apresenta um estudo acerca dos conflitos socioemocionais no homem e na mulher, durante o processo de investigacao da infertilidade, observando-se que a intensidade ou a forma de manifestacao de tais conflitos pode variar conforme o sexo e o estagio de conhecimento do diagnostico de infertilidade. Numa amostra de 20 mulheres e 14 homens, notou-se que a possibilidade de ser infertil causa conflitos socioemocionais mais para as mulheres que nao sabem do diagnostico conclusivo de infertilidade do que para o restante da amostra.